DEVOIR D’INGÉRENCE E ENERGIA BRASILEIRA

“Energia é lastro para qualquer moeda séria”

José Walter Bautista Vidal

José Walter Bautista Vidal

Já houve a pax romana, a pax islâmica, a pax mongólica, a pax otomana, a pax britânica, a pax nazista e no momento a criação da pax chinesa.

Os interesses conforme Xi Jinping, o líder político da China a pax chinesa sempre estão expressos de maneira clara e transparente para sua consumação em 2049. Consequentemente, a definição de termos jurídicos bem como suas interpretações não é jamais neutra, qualquer que seja a questão. Dessa divergência legítima de interpretações, de percepções e de interesses chineses surge o conflito de legitimidades e o conteúdo de direito internacional torna-se no momento a pedra de toque para atores internacionais contra este cenário.

Carl Von Clausewitz, no livro, Da guerra, orientava: “A guerra é um ato de violência cuja finalidade é obrigar o adversário a fazer nossa vontade; a guerra é a continuação da política por outros meios”.  No momento o contexto geopolítico é de estabelecer o “Dever de Ingerência” imposta por países centrais e são expressos novos conceitos sob a forma de falsas ideias quanto a influência principalmente contra o Brasil. Esta ingerência da nossa floresta Amazônica no clima mundial, desrespeito aos direitos dos índios, a devastação do meio ambiente e quanto ao exercício limitado da soberania brasileira na área.

O Brasil tem que se defender do “Devoir D´Ingerence” pois esta estratégia de países que desejam Energia, matéria prima, água e a biodiversidade da Amazônia impõe na comunicação mundial necessidade de nossa floresta ser internacional. A luta contra o desflorestamento e os problemas humanitários, são utilizados como forma de legitimar o novo intervencionismo dos centros imperiais sobre o resto do mundo e principalmente o Brasil. Não nos deixemos enganar: não existe guerra normal, pois tudo faz parte de um jogo geopolítico para aumentar a dominação.

O nosso mestre General Meira Mattos da Escola Superior de Guerra diz que “em termos genéricos entendemos geopolítica como ‘a política aplicada aos espaços geográficos’”. Para ele, “este conceito, por sua amplitude, cobre todos os demais, com o mérito de evitar a polêmica retórica sobre o assunto” (1984:3). Segundo o referido general, “o mais sintético e abrangente conceito de Geopolítica é de Ratzel: ‘espaço é poder’” (MEIRA MATTOS, 1975, p. 5).

Os países centrais desejam nossa nação continental por causa da água, alimentos, conforme expomos in: https://adesgce.org/2021/06/01/devoir-dingerence-e-amazonia/ e https://adesgce.org/2021/06/02/devoir-dingerence-e-brasil-alimentacao-para-o-planeta/ e agora trataremos sobre energia.

 

Poder Nacional

Estudando a Cratologia (Estudo do Poder), na Escola Superior de Guerra, define-se que o Poder Nacional é a capacidade que tem o conjunto de Homens e Meios que constituem a Nação para alcançar e manter os Objetivos Nacionais, em conformidade com a Vontade Nacional.

Segundo a Escola Superior de Guerra, “racionalizar essa ação política é, pois, em última análise, aproveitar, no limite das condições o uso de meios para atingir determinados fins. O que se quer racionalizar é a destinação e o emprego do Poder Nacional para a conquista e a manutenção dos Objetivos Nacionais, buscando, além disso, aliar o máximo de eficácia ao mais alto nível ético, tanto na identificação e no estabelecimento dos objetivos quanto na sua conquista e manutenção”.

Assim, a Nação atribui ao Estado um poder, a ser exercido pelo Governo, mandatário daquela. Este poder do Estado, ou poder estatal, corresponde, destarte, ao segmento politicamente institucionalizado do Poder Nacional. Por seu turno, e em nível mais abrangente, o conceito de Poder Nacional destaca o papel do homem em sua composição, para que ele não figure apenas como mais um daqueles meios de que o poder dispõe, valorizando, assim, sua tríplice condição de origem do Poder Nacional, de agente principal de seu emprego e de destinatário final dos resultados assim obtidos.

Poder Nacional é a capacidade que tem o conjunto dos homens e dos meios que constituem a Nação, atuando em conformidade com a vontade nacional, para alcançar e manter os objetivos nacionais. Manifesta-se em cinco expressões: a política, a econômica, a psicossocial, a militar e a científica e tecnológica. (ESG).

Potencial e Poder

Em face da característica dinâmica do Poder Nacional, meios disponíveis para serem empregados em dado momento poderão perder essa condição. Por outro lado, meios não disponíveis poderão, mediante adequado preparo, tornar-se suscetíveis de emprego futuro.

Assim, é fundamental conhecer o estado em que se encontra o Poder Nacional no momento de sua avaliação e prever aquele em que se encontrará, quando de sua aplicação.

Destas considerações decorrem vários entendimentos.

Assim sendo, o Poder Nacional Atual encerra a noção de elementos existentes, prontos e disponíveis para a aplicação imediata, visando alcançar determinado fim.

Da mesma forma, o Potencial Nacional é o conjunto de Homens e Meios de que dispõe a Nação, em estado latente, passível de ser transformado em Poder; e Potencial Nacional Utilizável é a parcela do Potencial Nacional passível de ser transformada em Poder em um prazo determinado. Essa transformação é obtida por meio de medidas de mobilização.

O Poder Nacional Atual pode sofrer desgaste, vindo a ser reduzido no futuro; mas pode vir a ser maior à medida que os resultados da transformação do Potencial Nacional em Poder superem os efeitos decorrentes daquele desgaste.

Já a Projeção do Poder Nacional pode decorrer naturalmente ou como resultado desejado de uma afirmação pacífica de presença no contexto internacional, sendo resultante de manifestações de todas as Expressões do Poder Nacional, tais como projeção cultural, política, econômica, científica-tecnológica, militar e outras.

Na prática da projeção do poder, não necessariamente estão embutidas as noções e práticas de império, domínio ou imposição de vontades que contrariam a índole do povo brasileiro e, ainda, os ditames de sua Carta Magna, a Constituição Federal. Assim, uma logística eficiente, fortalece o Poder Nacional na comunidade internacional e tonifica a geopolítica brasileira como neste exemplo o Etanol e a Biomassa.

Energia solar, Etanol, Biomassa, Potencial Nacional e Poder Nacional, conforme José Walter Bautista Vidal

 

José Walter Bautista Vidal, conhecido simplesmente como Bautista Vidal (Salvador, 2 de dezembro de 1934 — Brasília, 1º de junho de 2013) foi um engenheiro e físico brasileiro. Ex-professor da Universidade de Brasília e considerado uma das maiores autoridades do país em produção de energia, foi um dos idealizadores do Programa Nacional do Álcool (PróAlcool), criado durante o governo do general Ernesto Geisel visando estimular a produção do álcool no país.

Foi nesse contexto que Bautista Vidal concebeu o Programa Nacional do Álcool, trabalhado a quatro mãos com o Coronel-Aviador Urbano Ernesto Stumpf, Chefe da Divisão de Motores do IPD/CTA – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro Tecnológico da Aeronáutica. Stumpf e sua equipe vinham projetando, construindo e testando protótipos com o objetivo de desenvolver motores a álcool capazes de substituir os movidos a gasolina. Os resultados preliminares atestaram a viabilidade do projeto. Considerando que o País tinha solo fértil, canaviais e destilarias, bastaria ampliar e otimizar o uso desses fatores para verticalizar a cadeia no território nacional e reduzir a dependência de petróleo importado.

Em 1970 foi relevante a adoção das medidas conducentes à construção do Pólo Petroquímico envolveu sucessivas reuniões entre Bautista Vidal, o Presidente da Petrobrás, General Ernesto Geisel, o Diretor da SUDENE, General Cearense, Tácito Theophilo Gaspar de Oliveira, e o Chefe da Divisão de Petroquímica do BNDES, Paulo Vieira Belotti. O primeiro passo foi dado na 397ª Reunião do Conselho de Administração da Petrobrás, em 14/01/1970, quando ficou assentado que a empresa asseguraria o fornecimento de matérias-primas e lideraria a formação dos consórcios tripartites sempre que necessário.

A crise do petróleo em 1973 levou o físico José Walter Bautista Vidal a idealizar, junto com o engenheiro Urbano Ernesto Stumpf, o Programa Nacional do Álcool, ou Proálcool, implantado dois anos depois. Para eles, o país tinha nas mãos todos os elementos necessários para uma substituição em larga escala dos combustíveis derivados de petróleo: abundância de luz solar, água, terra ociosa disponível e milhões de pessoas sem trabalho.

Segundo o engenheiro José Walter Bautista Vidal a energia de um dia solar sobre o hemisfério da terra equivale à energia de todas as reservas de petróleo já descobertas. A quantidade de energia que o sol irradia sobre a superfície do Brasil em um dia equivale à energia produzida em 24 horas por 360 mil hidrelétricas do porte da de Itaipu (a maior do mundo). Com tanto sol, a maior reserva de água doce do planeta (22%) e território pouco ocupado, o Brasil pode produzir energia para suprir o mundo. Com sol, terra e água podemos ter alimentos e energia limpa para sempre. Não é dinheiro que move o mundo, mas sim energia. Sob este prisma vemos o Brasil com a maior reserva de água potável, a maior diversidade vegetal e a extraordinária incidência do sol.

Existe uma perigosa aliança dos países sem calor do sol com corporações sem almas, dos países do frio com os donos do dinheiro que assola os países pobres. Assim, países com ricos territórios em ouro, diamantes, metais estratégicos são expropriados de seus recursos, colocando populações inteiras na miséria para garantir lucros exorbitantes aos exploradores, representantes da aliança dos países do frio com os donos do dinheiro. É o frio querendo enganar o sol, afirma o mestre José Walter Bautista Vidal.

O engenheiro argumenta que essa aliança não conseguirá resolver as duas questões cruciais da humanidade, a energética e a ecológica. O Brasil está predestinado a ser a grande potência da energia renovável do mundo, mas isso não se faz de forma trivial. Precisamos de estruturas, infraestruturas, competência e de organização. Isso é o que está faltando. Tudo hoje tem por base os combustíveis fósseis: o petróleo e também o carvão mineral. O primeiro está acabando e o segundo contribui de modo decisivo para o efeito estufa. E a vida não poderá continuar sem energia. Os países hegemônicos têm feito de tudo para impedir o nosso avanço tecnológico, para se apropriarem dos bens naturais e fontes de energia dos povos subjugados.

Quais são as soluções para o problema energético? O professor Vidal descarta categoricamente as usinas nucleares: Não existem reservas de metais pesados nas proporções necessárias para as demandas que surgirão com a substituição dos combustíveis fósseis.

As usinas nucleares são muito inseguras e exigem uma sociedade policial para tentar evitar tragédias provocadas por acidente ou terrorismo. Por último, produzem material radiativo que não existe na natureza, o plutônio, que em pequenas dimensões, mata qualquer ser vivo e continua matando em 500 mil anos.

A energia eólica gerada pelo vento não é desprezível, mas é limitada. O vento só ocorre de modo sistemático em certas regiões. Ademais é muito difícil armazenar a energia que gerada.

Para Vidal armazenar grandes quantidades de energia é algo que a tecnologia não conseguiu resolver. Outras alternativas seriam as usinas hidrelétricas em condições topográficas adequadas e onde a água é abundante; e as termoelétricas, desde que queimem biomassa, rejeitos agrícolas e lenha, produtos renováveis, não poluentes e que não alimentem o efeito estufa.

A biomassa oferece muito mais! Sua origem é o sol, com proporções energéticas gigantescas. É limpa do ponto de vista ecológico e renovável. Não se exaure enquanto houver sol. A solução está nos vegetais. Somente eles conseguem armazenar energia nas dimensões exigidas pela crise energética que vivemos. A folhinha da árvore da esquina retira água do solo, gás carbônico do ar e armazena a energia do sol. As plantas armazenam energia para usar logo depois ou ficar guardada como combustíveis fósseis por milhões de anos.

O Brasil, devido à incidência de sol e volume de água doce, consegue até três ou quatro safras agrícolas por ano. Já os países do frio mal conseguem uma. Os açúcares, amidos, óleos e celuloses das plantas, sempre renováveis permitem produção de álcool, óleos, lenha, gás de madeira e inúmeras substâncias que podem ser utilizadas como combustíveis.

Alimentos para a humanidade, combustíveis para os veículos e motores, calor para as indústrias e o aquecimento. Tudo isso pode vir da biomassa em grandes proporções no Brasil, sugere o engenheiro. A riqueza de nossos patrimônios naturais, energéticos, minerais, genéticos e aquíferos, e o domínio tecnológico sobre eles, nos dão condições para construir a grande civilização autossustentada e permanente. Conforme o cientista Bautista Vidal “Essa é característica marcante do Brasil ser a nação da luz, da vida, do amor e do sol”.

Podemos ser autossuficientes em combustível para veículos como éramos na década de setenta. Noventa e oito por cento da frota nacional daquele período era de carros movido a Álcool. Luiz Augusto Horta Nogueira, diretor da Agência Nacional de Petróleo (ANP) atesta que o programa brasileiro de álcool automotivo é um projeto energético inovador, baseado em energia renovável, com matéria-prima e tecnologia nacionais, empregando milhares de trabalhadores e ajudando o Brasil a ser um dos países mais bem alinhados com os propósitos do Protocolo de Kyoto.  

Se nos anos 80 veículos a álcool correspondiam a quase totalidade das vendas, hoje pouquíssimos se interessam por um carro novo a álcool e se estima que são sucatados cerca de 150 mil veículos a cada ano, sem reposição.

Dentre as diversas medidas que podem ser articuladas para superar esta situação, destaca-se especialmente a introdução dos veículos com motores bicombustível ou FFV- Flex Fuel Vehicle, que podem usar desde álcool puro até gasolina. De fato, a partir da notável evolução da eletrônica embarcada, esta tecnologia já está disponível comercialmente e, particularmente nos Estados Unidos, o número de carros capazes de parar em um posto e abastecer com o produto que o dono quiser chega a quase um milhão.

Nas condições atuais, com os preços de petróleo estabilizados em níveis que fazem o álcool ser viável sem qualquer subsídio, certamente são mais oportunos esquemas de financiamento para estoques de entressafra, apoio à modernização e renovação de equipamentos.

Em 1986, os veículos a álcool chegaram a representar 98% da linha de produção. Os veículos a gasolina somente eram disponíveis por encomenda. Entretanto, devido a medidas na área financeira de comando externo, a produção de carros a álcool hoje mal chega a 1% da frota nova. Os que restam a álcool estarão em uso por curto tempo. O programa foi exterminado!

Com ele o Brasil economizou em custos externos cerca de oitenta bilhões de dólares. Criaram-se 800 mil empregos diretos, reduziu-se drasticamente a poluição nas grandes cidades e o País passou a deter o domínio tecnológico mundial nesse setor.

De modo lamentável não foi permitido ao programa estender-se aos demais derivados do petróleo, especialmente a substituição do óleo diesel de petróleo por óleos vegetais, estes mais eficientes como energético e não danosos para o ambiente.

 

Recolocar o álcool de forma consistente no mercado brasileiro de combustíveis é importante e urgente, mas não é uma tarefa trivial.

Manter uma demanda significativa de álcool hidratado pode ser um bom caminho para utilizar a capacidade já instalada de produção e distribuição; requer o esforço coordenado de muitos agentes, o equacionamento de mecanismos inovadores de suporte, a adoção de novas tecnologias como os motores bicombustível e, sobretudo, o reconhecimento da soberania do consumidor. Sem o resgate de sua confiança, o álcool arrisca-se a ser lembrado como um episódio passado de nossa história energética, tal como hoje recordamos vagamente os gasogênios usados no passado em tempos de guerra.

Bautista Vidal é o principal teórico da escola da biomassa, defendendo a utilização da energia produzida pelo sol e armazenada nas plantas como fonte de energia capaz de movimentar a economia mundial. O Brasil é o maior país tropical do planeta, e a utilização de suas terras férteis abundantes em sol é capaz de fornecer autonomia energética para o país e para o mundo.

Para que isto ocorra, é preciso que seja restaurada a soberania nacional, ou seja, a capacidade de se articular nacionalmente um conjunto de estratégias de desenvolvimento, com objetivo concretos, e garantir os meios para se atingir estes objetivos.

O desenvolvimento se daria através da criação de tecnologia nacional, capaz de se utilizar dos fatores produtivos que temos de sobra: a mão de obra, as terras agriculturáveis e a energia da biomassa, proveniente do sol abundante em nosso território.

Conforme Bautista Vidal, usando o bagaço de cana e o vinhoto, podemos alimentar 80 cabeças de gado com cada uma das micro usinas que temos instaladas, com produção de 400 a 600 litros diários. Isso significa aumento da oferta de leite e carne. O dendê e o girassol geram, após a extração do óleo, um resíduo de alto valor proteico para ração animal. Na realidade, a produção de alimentos aumentará substancialmente. Se implantarmos 1 milhão de polos energéticos usando o pequeno produtor em grande quantidade, teremos 80 milhões de cabeças de gado com alimento garantido. Vai baixar o preço da carne e do leite. Quem fala de fome está equivocado, ou está usando de má-fé para prejudicar o avanço do Brasil.

Por ser baseada na agricultura, a energia da biomassa é necessariamente criadora de empregos, dinamizando assim o mercado interno. Devido à utilização de tecnologia genuinamente nacional, está livre da restrição externa inerente à importação de pacotes tecnológicos.

Conforme, Bautista Vidal, a resposta do pequeno produtor é excepcional. Temos que criar uma estrutura voltada para o nosso produtor. Porque é esplêndida a resposta do pequeno produtor à perspectiva de aproveitar essa oportunidade histórica única, mas ele é vulnerável ao mercado externo. Quando ele começa a melhorar de vida, o capitalista entra em cena e compra sua terra, que ele nunca mais vai conseguir comprar de volta. A empresa de economia mista seria um instrumento para estimular e proteger este produtor, abrindo para ele o mercado externo. Precisamos de uma instituição de grande porte para permitir que o pequeno produtor exporte para o Japão, Alemanha ou China.

O estabelecimento de um modelo de desenvolvimento sustentável passa necessariamente pelo rompimento com a atual armadilha financeira, e é aqui que Bautista Vidal faz uma de suas mais preciosas contribuições: energia é lastro para qualquer moeda séria.

Conforme o nobre professor da Escola Superior de Guerra, Bautista Vidal, “Biomassa é a grande fonte de energia do Brasil. Energia limpa e inesgotável o Brasil tem a oportunidade de resolver dois grandes problemas globais: acabar com a pobreza e se tornar uma potência mundial”.

 

Fungo amazônico Trichoderma harzianum uma enzima capaz de degradar biomassa e projeção de Bautista Vidal

Fatos Portadores de Futuro (FPF) são fatos já ocorridos ou que estejam ocorrendo, que devem causar impacto ao objeto de estudo no futuro, ao criarem condições para que, posteriormente, possam ocorrer um ou mais eventos (Eventos Futuros), ou possam dificultar ou impedir que tais eventos ocorram. (ESCOLA SUPERIOR DE GUERRA)

 

Segundo Maria Fernanda Ziegler da Agência Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo – FAPESP em 31 de maio de 2021 relata: “Pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) identificaram no fungo amazônico Trichoderma harzianum uma enzima capaz de degradar biomassa. Além de caracterizar a molécula, os pesquisadores usaram técnicas de engenharia genética para produzi-la em larga escala, reduzindo custos e viabilizando sua utilização industrial”.

O fungo amazônico Trichoderma harzianum pode ser um aliado na produção de etanol de segunda geração e aproveitar melhor os resíduos da cana-de-açúcar na fabricação de biocombustíveis, uma vez que, a enzima é capaz de degradar biomassa.

A descoberta foi realizada por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Além de caracterizar a molécula, eles usaram técnicas de engenharia genética para produzi-la em larga escala, reduzindo custos e viabilizando sua utilização industrial. O desenvolvimento de um coquetel de enzimas de baixo custo representa um dos principais desafios para a produção de etanol de segunda geração (derivado do bagaço e da palha da cana-de-açúcar).

“A enzima quebra diferentes açúcares presentes em várias fontes de biomassa vegetal, o que a torna muito versátil e interessante não só para a produção de etanol de segunda geração como também para uso na indústria alimentícia e cosmética, por exemplo”, revela Maria Lorenza Leal Motta, pesquisadora do Centro de Biologia Molecular e Engenharia Genética (CBMEG-Unicamp) e primeira autora do artigo.

Os pesquisadores têm mostrado que os fungos do gênero Trichoderma apresentam grande potencial para a produção de enzimas ativas por carboidratos. Quase todas as enzimas utilizadas no Brasil para a degradação de biomassa são importadas e desenvolvidas para o uso de países do Norte global. “A prospecção de enzimas da biodiversidade nacional traz inúmeras vantagens, não só pela redução dos custos como também em ganhos de eficiência na produção de etanol. É mais provável que um fungo da Amazônia esteja mais adaptado para degradar celulose de biomassa em um contexto como o nosso”, explica Souza.

Para descobrir a nova enzima, os pesquisadores utilizaram diferentes linhagens do fungo, sequenciaram seu transcriptoma (conjunto de moléculas de RNA expressas em um tecido) e realizaram anotações funcionais. Com a sequência e técnicas de biotecnologia foi possível produzir as enzimas a partir de bactérias Escherichia coli.

“Essa enzima produzida de maneira mais rápida e barata em laboratório, por meio da E. coli, apresentou atividade em diferentes tipos de açúcares [galactopironosídeo, arabinopironosídeo e fucopironosídeo] que estão presentes nas cadeias laterais envolvendo a parte central da hemicelulose. Isso mostra que um coquetel enzimático composto por diferentes tipos de enzimas, principalmente as que atuam na remoção dessas cadeias laterais, poderia melhorar a eficiência da conversão da hemicelulose e, consequentemente, dos resíduos de cana-de-açúcar em etanol de segunda geração”, diz Motta.

“No caso da produção de etanol, essa nova enzima poderá auxiliar na melhor conversão da hemicelulose em glicose disponível papara a fermentação, o que a torna muito interessante comercialmente”, pontua.

Artigo in: https://www.nature.com/articles/s41598-021-90490-2

Compete a nós brasileiros mobilizarmos toda a população na conscientização do nosso potencial disposto em todo o território nacional, protege-lo e alavanca-lo através da vontade nacional em Poder Nacional para preservar os Objetivos Nacionais Permanentes. O governo Federal tem por mister implementar Políticas de desenvolvimento com especialistas do porte do professor José Walter Bautista Vidal, em: biomassa, demografia, energia solar , recursos hídricos e energia eólica são vitais para o futuro da nação.

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