Marinha e Águas Azuis apresentam seção de qualificação do Programa Fragatas Classe Tamandaré

A Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra da terra da luz – ADESG Ceará, recebe o boletim nº 87 do Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (SIMDE) e publica este relevante artigo: “Marinha e Águas Azuis apresentam seção de qualificação do Programa Fragatas Classe Tamandaré”.

Temos que avaliar este excelente cenário  por meio da  thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa e Segurança  e Atech gerenciado pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON)!

Foto: Agência Marinha

A Marinha do Brasil (MB) e a SPE Águas Azuis – Sociedade de Propósito Específico composta pela thyssenkrupp Marine Systems, Embraer Defesa e Segurança  e Atech – apresentaram, de forma inédita, no dia 21 de junho, na thyssenkrupp Estaleiro Brasil Sul (tkEBS) em Itajaí-SC, a seção de uma das praças de máquinas da futura Fragata Classe Tamandaré. Este modelo de verificação (Mockup) reproduz em dimensões reais a referida estrutura do navio para ser qualificada pela Sociedade Classificadora e pelas normas e requisitos contratuais aplicáveis, e assim dar início à fabricação da embarcação ainda este ano.

Mais moderno e inovador projeto naval já desenvolvido no País, o Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), conduzido desde 2017 pela Marinha do Brasil, executado pela Águas Azuis e gerenciado pela Empresa Gerencial de Projetos Navais (EMGEPRON), prevê a construção, em território nacional, de quatro navios de alta complexidade tecnológica.

As FCT serão escoltas versáteis e modernas, dotadas de elevadas capacidades de mobilidade, permanência, comunicações, combate, vigilância e reação e, portanto, capazes de um amplo espectro de emprego e de proteção da área marítima pertencente ao Brasil. Suas características possibilitarão o incremento nas operações de busca e salvamento; permitirão monitorar e combater ações de poluição, pirataria, pesca ilegal, dentre outras ameaças, incrementando a segurança marítima na Amazônia Azul. Com esses navios, a MB estará melhor capacitada para atender aos eventuais compromissos internacionais assumidos pela política exterior de forma compatível com a estatura e inserção do Brasil no cenário internacional.

A obtenção desses navios faz parte dos objetivos de modernização da Força Naval, mais especificamente da construção do Núcleo do Poder Naval, que visa a renovação da esquadra brasileira. Além de representar um esforço conjunto para o desenvolvimento da base industrial de defesa, capacitando e aprimorando a mão de obra da construção naval, e fomentando a Indústria Nacional de Defesa.

O contrato de construção foi assinado em 5 de março de 2020, entre a EMGEPRON, empresa estatal independente, vinculada ao Ministério da Defesa por intermédio do Comando da Marinha, e a Sociedade de Propósito Específico Águas Azuis.

Dimensões do navio e benefícios esperados

As fragatas contam com características tais como deslocamento de 3.380 t, comprimento de 107 m, largura máxima de 16 m, autonomia de 5.000 MN (9.260 km) à velocidade de cruzeiro, velocidade máxima de 25,5 nós (47,2 km/h)  e uma tripulação total de cerca de 130 militares.

O Programa Fragatas Classe “Tamandaré” prevê a transferência de tecnologia e a capacitação de empresas e da Marinha do Brasil (MB). Trata-se de tecnologia dominada por poucos países e cuja incorporação ao espectro tecnológico nacional representa um passo, não só na garantia de independência na manutenção adaptativa e evolutiva dos atuais e futuros meios navais, mas também importantes reflexos duais em aplicações na indústria nacional.

Desenvolvido com base em um sólido modelo de parceria nacional, o PFCT tem potencial de gerar empregos diretos e indiretos de alta qualificação no Brasil a partir da transferência de tecnologia e de taxas de conteúdo local acima de 30%, para o primeiro navio, e de 40% para os demais embarcações. Está prevista a contratação de cerca de 2.000 trabalhadores diretos, que receberão capacitação em projeto e construção de navios de guerra de elevada complexidade tecnológica, além da geração de outros cerca de 6.000 empregos indiretos.

Do ponto de vista de construção, a incorporação das modernas técnicas de planejamento e conceitos de construção naval, aplicadas no projeto da consagrada classe MEKO de navios de guerra, de propriedade da thyssenkrupp Marine Systems (tkMS), e sua absorção e incorporação por um estaleiro em território nacional, com emprego de mão de obra nacional e reflexos na manutenção da indústria marítima nacional, representam uma forte contribuição de inovação e manutenção da tecnologia de construção naval no País.

Sociedade de Propósito Específico “Águas Azuis”

As empresas integrantes da Águas Azuis possuem um sólido e longo histórico de relacionamento com o Brasil, além de forte presença em vários outros países. A thyssenkrupp Marine Systems está fornecendo a tecnologia naval de sua comprovada plataforma de construção de navios de defesa da Classe MEKO®, já utilizada em 82 embarcações em operação em Marinhas de 15 países, entre eles Portugal, Grécia, Austrália, Argentina e Argélia.

A Embraer Defesa e Segurança é responsável por integrar alguns sensores e armamentos ao sistema de combate, incorporando ao Programa seus mais de 50 anos de experiência em soluções de tecnologia de sistemas e suporte em serviço. Já a Atech, empresa do Grupo Embraer, especializada em engenharia e integração de sistemas, é responsável pelo desenvolvimento do Sistema de Gerenciamento de Combate (CMS), do Enlace de Dados Tático e pelas  atividades de Integração e Testes do sistema de combate, em parceria com a ATLAS ELEKTRONIK, subsidiária da thyssenkrupp Marine Systems, e também do Sistema Integrado de Gerenciamento da Plataforma (IPMS), em parceria com a L3Harris. A Atech participa, em conjunto com a Marinha do Brasil, do processo de Transferência de Tecnologia destes Sistemas, atividade de grande importância que permitirá dispor dos conhecimentos e ferramentas para operar e manter os sistemas do navio no futuro.

A aliança naval entre a thyssenkrupp Marine Systems e a Embraer Defesa & Segurança também permitirá criar bases para a exportação de produtos de defesa naval a partir do Brasil.

Fonte: SIMDE, Defesa em Foco e Emgepron

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