Amazônia soberania de nossa Nação Continental

A Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra da terra da luz – ADESG, recebe do Presidente da Legião de Infantaria Gen Div R1 Júlio Lima Verde Campos de Oliveira este memorável vídeo e uma reflexão Geopolítica.

Presidente da Legião de Infantaria Gen Div R1 Júlio Lima Verde Campos de Oliveira

 

“Recursos naturais nas mãos de nações que não querem ou não podem explorar, deixam de constituir bens e passam a ser ameaças aos povos que as possuem”.

Oto Von Bismarck

 

 

A Amazônia, centro “Sui Generis” de valiosos recursos minerais, hídricos, de magníficas flora e fauna, exuberâncias próprias da região sem similar no mundo, tem sido alvo da cobiça internacional exprimida nas mais variadas formas, cujas ações foram ensaiadas desde o período do descobrimento até a atualidade.

Geopolítica é a ciência que estuda as condicionantes geográficas na formulação e na execução de Políticas e de Estratégias Nacionais e Internacionais;

Quando a superfície territorial de uma Nação é muito grande, como acontece com o Brasil, os Estados Unidos, a China e o Canadá, a diversidade dos elementos geográficos de suas diferentes Regiões impõe um estudo particularizado da influência deles na Geopolítica, de modo a se evitar que as ações políticas para um todo nacional sejam inconsistentes e irrealistas para uma determinada Região.

Na Amazônia, aplicando as teorias geopolíticas em suas vertentes terrestre, marítima, espacial, das fímbrias e do desafio-resposta – ao ingressar no universo objetivo da doutrina geopolítica, naturalmente nacional, trata-se de apreciar e operacionalizar o poder (nacional) em face das necessidades da política (nacional), através de mecanismos estratégicos (nacionais) para o desenvolvimento desta região.

Sendo o Poder do Estado um subconjunto do Poder de uma Nação, a Geopolítica influencia, não só as políticas e as estratégias de um governo, mas as de uma Nação; vale dizer, do que tem sido perseguido pela Nação como objetivos e ações realizadas e a realizar, ao longo de sua evolução histórico-cultural.

A Amazônia situa-se, de acordo com os conceitos expostos, no “hinterland brasileiro”, envolvido, apenas pela linha do litoral, com suas “áreas de poder” ou “núcleos vitais secundários” próximos a ela e, por conseguinte, vulneráveis e longe do núcleo vital brasileiro, com prejuízo para o processo de desenvolvimento.

A Amazônia Ocidental é parte da Amazônia Legal, foi instituída pela lei nº 1.806/1953, foi criada pelo governo brasileiro para delimitar a região amazônica para melhor planejamento e promoção do desenvolvimento social e econômico da região. Sua extensão total é de 5.088.668,44 KM2, este território foi dividido em Ocidental e Oriental.

A Amazônia Oriental é composta pelo estado do Pará, Maranhão, Amapá, Tocantins e Mato Grosso. A parte oriental da Amazônia abriga 20% do bioma Cerrado e parte do Pantanal mato-grossense. Sua população é de 21.056.532 habitantes, apenas 12,4% da população nacional.

A região da Amazônia Ocidental possui em sua área a Bacia Amazônica, é a bacia hidrográfica do mundo, possui fronteira com o rio Orinoco, na Venezuela, e com a Bacia Platina. Seus principais rios são o Rio Amazonas (Solimões), Rio Purus, rio Juruá, Rio Madeira e Rio Negro.

Este cenário acima indicado, inclusive por se coadunar com a busca da Integração Nacional, é o de se ter sempre presente que o painel geopolítico do Brasil é, em última análise, resultante da agregação dos elementos geopolíticos presentes em cada uma de suas cinco macrorregiões, comparecendo a Amazônia, neste verdadeiro mosaico, como uma componente de peso indiscutível. Devemos lembrar que a Nação Brasileira tem como Objetivos Fundamentais: Democracia, Integração Nacional, Integridade do Patrimônio Nacional, Paz Social, Progresso e Soberania.

Já no contexto de um “Dever de Ingerência” imposta por países são expressos novos conceitos sob a forma de falsas ideias quanto a influência da floresta Amazônica no clima mundial, desrespeito aos direitos dos índios, a devastação do meio ambiente e quanto ao exercício limitado da soberania brasileira na área.

O Brasil tem que se defender do “Devoir D´Ingerence” (O direito de ingerência se constrói hoje sobre intervenção em Estados Nacionais pela razão humanitária) pois esta estratégia de países que desejam matéria prima, água e a biodiversidade da Amazônia impõe na comunicação mundial necessidade de nossa floresta ser internacional. A luta contra o desflorestamento e os problemas humanitários, são utilizados como forma de legitimar o novo intervencionismo dos centros imperiais sobre o resto do mundo e principalmente o Brasil. Não nos deixemos enganar: não existe guerra normal, pois tudo faz parte de um jogo geopolítico para aumentar a dominação.

Não só agora, quando se afirmam que a Amazônia é “patrimônio da humanidade” ou “pulmão do mundo”, mas a exuberância de recursos da Amazônia sempre provocou cobiça e deu margem a tentativas de internacionalização da região como no passado e no presente.

Devemos lembrar do comentário de Richard Sprunce, na segunda metade do Século XVI, sobre o primeiro aventureiro a penetrar na região Amazônica e apropriar-se de suas riquezas, Sir Walter Raleigh: “Quantas vezes lamentei o fato de não ser a Inglaterra dona do magnífico vale do Amazonas, em vez da Índia. Se o papalvo rei Jaime II, em vez de meter Raleigh na prisão e depois cortar-lhe a cabeça, tivesse continuado a fornecer-lhe navios, homens e dinheiro até ele formar um estabelecimento permanente num dos grandes rios da América, não tenho dúvida de que todo o continente americano estaria neste momento nas mãos da raça inglesa.”

A Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra da terra do Brigadeiro Sampaio encerra com o pensamento de 1977 de Henry Kissinger:

“Os Países industrializados não poderão viver da maneira como existiram até hoje, se não tiverem a sua disposição os recursos não renováveis do planeta a um preço próximo do custo de relação de troca, pelo reajustamento correspondente dos seus produtos de exportação. Para tanto, terão os países industrializados, que montar um sistema mais requintado e eficiente de pressões e constrangimentos na consecução dos seus intentos”.

Post Scriptum

No decorrer das duas próximas décadas, somente o aumento populacional – sem falar no aumento da demanda per capita – deverá causar escassez de água em todo o Oriente Próximo.

Em 2020, a população urbana chegou a 4,4 bilhões de pessoas (56,2% da população total). Em 2050, deve haver 6,7 bilhões de habitantes urbanas, representando mais de dois terços (68,4%) do total populacional, conforme a Divisão de População da Organização das Nações Unidas (ONU).  Este é, de fato, um grande desafio.

A água é um recurso natural renovável e sua importância para o homem pode ser avaliada pelos múltiplos usos a que se destina. Indispensável como garantia de sua sobrevivência através do consumo direto, constitui um suporte básico para o desenvolvimento econômico e social.

Nosso país é o único em extensão continental, clima tropical-úmidos e com rios perenes em mais de 90% de seu território. Temos a maior descarga da água doce do mundo. São 216.340 metros cúbicos por segundo (m3/s) sendo despejados no Atlântico. Isso equivale a 40% a mais do que a descarga de todos os rios dos Estado Unidos e é 47% superior aos rios Canadenses.

Tanto os antigos como os “novos temas” são todos conteúdos potenciais para propaganda contra nossa soberania, como uma atividade estratégica para o “Dever de Ingerência”.

COR UNUM ET ANIMA UNA PRO BRASILIA – CONHECER O BRASIL PARA MELHOR SERVI-LO

 

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